terça-feira, 3 de julho de 2012

Hipótese de bolha imobiliária é descartada por fundos e incorporadoras


A hipótese de uma bolha imobiliária no Brasil foi descartada hoje por executivos de incorporadoras, fundos de investimento e bancos, que se encontraram na capital paulista para debater as oportunidades e riscos do setor. As opiniões desses representantes do mercado vão na contramão do alerta feito nesta semana pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), que apontou distorções no mercado brasileiro causadas pelo forte ciclo de alta no preço dos imóveis.
Na avaliação do diretor executivo da gestora de recursos GP Investiments, Antônio Ferreira, o Brasil não tem características que sinalizem a formação de uma bolha. Ferreira observa que a maioria dos negócios com imóveis no País é realizada por pessoas que buscam moradia e não ganhos com aluguel ou revenda, favorecendo a especulação, como ocorreu na bolha dos Estados Unidos.

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Além disso, os financiamentos nos bancos privados brasileiros representam cerca de 55% do valor dos imóveis, o que indica um nível de endividamento moderado das famílias ante os EUA, onde esse valor chegava a 110%, comparou, durante encontro realizado pelo Centro de Tecnologia de Edificações (CTE) nesta manhã, em São Paulo.
O diretor da GP também acredita que a escalada no preço dos imóveis está fundamentada na ampliação do total de consumidores capazes de adquirir uma casa própria nos últimos anos, beneficiados pela melhora da renda e da oferta de crédito. "O preço subiu, mas tem fundamento na demanda", afirmou Ferreira.
Na avaliação do diretor de Relações com Investidores da incorporadora Eztec, Emílio Fugazza, a escalada dos preços também está relacionada ao aumento dos custos para construção das habitações. "O preço subiu, mas as margens de lucro das empresas de construção caíram", disse, atribuindo o cenário à alta dos custos com mão de obra e terrenos.
A tendência é que o mercado imobiliário continuará em expansão e que o apetite dos bancos pelo crédito habitacional siga crescente, na opinião do gerente geral de crédito imobiliário do Banco do Brasil em São Paulo, Francisco Martinez. Segundo ele, o crédito imobiliário deve atingir o montante de R$ 1,3 trilhão até 2020 no País, o que significa sair de uma fatia equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) atualmente para 16% nos próximos oito anos, patamar semelhante ao já verificado em países como Chile e México.
O executivo lembra que o Brasil tem um déficit de 7 milhões de moradias, verificado principalmente entre as classes de renda média e baixa, o que caracteriza uma demanda reprimida. "O sonho da casa própria continua em primeiro lugar na mente dos brasieiros. Isso explica a estratégia dos bancos de varejo em aumentar seus negócios de crédito imobiliário, que representam uma oportunidade importante de relacionamento de longo prazo com os clientes", disse.
Martinez frisou que o Banco do Brasil tem objetivo de assumir a segunda posição no mercado de crédito habitacional até 2014. Hoje, o banco tem 3,7% do mercado e ocupa a quinta posição. A Caixa Econômica Federal segue em primeiro lugar, com cerca de 70% do mercado.

Fonte: Atualizado: 27/06/2012 14:49 | Por Circe Bonatelli, da Agência Estado, estadao.com.br

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A DESTRUIÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA



Por Dilson Ribeiro

Em minhas reflexões ao longo da vida, há uma série de fatos que exigem uma interpretação mais cuidadosa e para os quais nem sempre encontro uma resposta convincente. Amante das letras, depois de publicar uma série de livros abordando os mais diversos temas, vejo-me agora no dever de interpretar o processo de destruição de nossa literatura, comandada por grupos estrangeiros, sob a liderança dos Estados Unidos da América. Antes de insurgir-se contra os autores brasileiros, os americanos exportaram para o Brasil a chamada música pop, agredindo os nossos ouvidos com a estridência de suas guitarras, em que é evidente a ausência de melodia e a absoluta falta de imaginação nas letras que apenas servem para a alienação de jovens drogados. Lamentavelmente a nossa imprensa (ressalvem-se algumas exceções) dera apoio a esse processo, seduzida pelo dinheiro ilícito, o famoso JABÁ, tal como é conhecido entre os jornalistas. O jabá é pago a emissoras de rádio e televisão, com o único objetivo de não colocar em sua programação músicas de autores brasileiros, sobretudo aquelas melodias clássicas e populares, que embalaram tantas gerações. Destruiu-se o belo e sobre essa destruição buscou-se construir a falta de imaginação da mediocridade.


Agora, esses mesmos grupos investem contra a literatura brasileira. As nossas editoras e inúmeras livrarias sabotam a edição e a venda das obras de autores brasileiros, enquanto exibem em seus stands a subliteratura estrangeira. Os críticos literários das principais revistas editadas no Brasil omitem o que há de melhor em nossa literatura, onde não há dúvidas de que figuram verdadeiras obras-primas, totalmente ignoradas pelo público leitor. Algumas livrarias chegam ao absurdo de recusar a comercialização desses livros, mesmo quando os recebe sem investir um centavo. São livrarias e editoras mercenárias, engajadas em um processo que deve ser examinado pelas nossas autoridades. As empresas privadas não têm o direito de destruir ou sabotar a literatura de um país, sob o pretexto de que se trata de um simples ato de interesse comercial. Trata-se, na verdade, de um crime, em que o nosso silêncio passa a ser uma omissão criminosa. Jamais condenei a venda e a divulgação de livros de autores estrangeiros, muitos dos quais estão inseridos em minha leitura e em minha admiração. Mas não posso concordar em que se faça com a literatura brasileira o que esses iconoclastas apátridas já fizeram com a nossa música. Não vamos permitir que aumente, a cada dia que passa, a legião de brasileiros ignorantes, seja na simplicidade de quantos não tiveram oportunidade de estudar, seja entre os doutores, que tão somente aprendem teorias de certas especialidades, ignorando as virtudes de uma cultura universal.

Dilson Ribeiro é jornalista, escritor e advogado, pertencendo a várias instituições culturais, no Brasil e no Exterior. - dilsonribeirodesouza@hotmail.com